quinta-feira, 29 de junho de 2017

Apas: tomar café da manhã em casa ficou mais caro

O pão com manteiga e o café com leite ficaram mais caros em 2017, segundo levantamento da Associação Paulista de Supermercados (Apas) por meio do Índice de Preços nos Supermercados (IPS/Apas/Fipe).
A alta mais significativa foi notada no preço do café, que chegou a 14,58% só neste ano e em 12 meses foi a 26,44%. Já o leite longa vida tipo B registrou aumento de 6,55% no ano, mas teve queda de 2,35% em 12 meses. Este aumento se refletiu nos seus derivados: a manteiga subiu 7,86% ao longo deste ano e chegou a 19,80% nos últimos 12 meses. Quanto ao pão francês, este teve alta em 2017 de 0,43%, enquanto em 12 meses subiu 4,45%.
Conforme explicou o gerente de Economia e Pesquisa da Apas, Rodrigo Mariano, os preços foram impactados pelos custos de produção e por questões climáticas.
A alta no preço do pão francês, por exemplo, foi ocasionada pelos ingredientes de seu preparo, principalmente o preço do trigo.
Já o preço do leite foi em decorrência do aumento nos custos da ração animal e da redução da quantidade e qualidade do pasto, que geram menor produção de leite, impactando nos preços do produto final. E, consequentemente, a alta se refletiu nos derivados do leite, como a manteiga, por exemplo. Já a alta no preço do café se deve ao ritmo lento da colheita, diante da demorada maturação dos grãos frente a um período de excesso de chuvas, o que gera uma menor disponibilidade do item, pressionando os preços para cima. Aliado a isto, a maior demanda internacional pelo grão favoreceu os preços nos mercados externo e interno, contribuindo para um comportamento de alta ao longo do ano.
Com um cenário como este, a dica do economista da Associação para economizar é pesquisar.
- A pesquisa é sempre um trunfo do consumidor, pois isso garante mais competitividade no setor e preços mais favoráveis - analisa Rodrigo.
A Apas reforça que a tendência para os meses de julho e agosto ainda é de pressão sobre os preços de alguns itens, mas a partir de setembro deve se estabilizar e, posteriormente, os preços podem apresentar queda, diante do equilíbrio entre a oferta e a demanda destes itens.
Queijo minas frescal - Neste mês, a Proteste Associação de Consumidores fez um teste com o queijo minas frescal, com o objetivo de avaliar a qualidade físico-química, as condições de higiene e a rotulagem de 10 amostras do alimento. O teste mostrou que algumas marcas de queijo minas frescal, ao contrário do que se acredita, tem excesso de gorduras e sódio e, além disso, também apresenta no rótulo informações que nem sempre condizem com a realidade.
No laboratório, a Associação avaliou o rótulo dos produtos e verificou a veracidade das informações encontradas. Também mediu a quantidade de gordura presente no extrato seco de cada um deles. Observou, ainda, o teor de umidade e se os queijos levavam amido em sua composição. Além disso, os produtos passaram por análise capazes de detectar a presença de micro-organismos causadores de doenças.
Em relação à rotulagem, apesar das embalagens dos queijos minas frescal avaliados trazerem as informações exigidas por lei e, ainda, aquelas que consideramos importantes (como a data de fabricação), a veracidade das informações contidas nos rótulos ainda deixam a desejar. Segundo a legislação brasileira, a diferença entre as informações contidas no rótulo e o que contém o produto oferecido ao consumidor, não pode ser maior que 20%.
Ao avaliar o conteúdo de sódio, a Proteste verificou que os produtos das marcas Quatá e Keijobon informam na rotulagem ter mais sódio do que realmente têm, com uma variação entre o descrito no rótulo e o medido em laboratório de 29 e 31%, respectivamente. Já a marca Puríssimo light, que indicava conter 40% menos sódio, na verdade possui 47% a mais de sódio em comparação ao prometido no rótulo.
De acordo com o Artigo 6º inciso III do Código de Defesa do Consumidor, é um direito básico a informação adequada e clara sobre diferentes produtos e serviços, com especificações correta de quantidade e características.
Quanto ao conteúdo de gorduras totais, a situação é ainda mais preocupante. Quase todas as amostras do teste (exceção da marca Keijobon), apresentaram ter mais gordura total do que a indicada na embalagem. No rótulo, uma fatia de 30g do Keijobom (sem sal) tem 3 g de gordura. Porém, de acordo com os resultados do teste, 30g do produto trazem 7,4g de gordura, uma diferença de 145%. As maiores divergências foram observadas nas marcas: Keijobon sem sal (145%), Puríssimo (56%) e Sol Brilhante (53%).
A Proteste verificou ainda o teor de matéria gorda no extrato seco e o nível de umidade, dados importantes para o saber se o queijo que o consumidor está levando para casa é realmente do tipo minas. De acordo com a legislação do Ministério da Agricultura, o queijo minas é considerado um queijo semigordo e de muita alta umidade.
Com exceção do Puríssimo (reduzido de sal), todos os produtos apresentaram teores de matéria gorda no extrato seco acima do estipulado para os queijos chamados semigordos. Por outro lado, os produtos não apresentaram teor de umidade fora do limite da legislação. A Associação também não detectou a presença de amido nas amostras ou de micro-organismos patogênicos (aqueles que fazem mal a saúde do consumidor).

Fonte: Monitor Mercantil

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